sexta-feira, 21 de março de 2008

Amor

O mais sublime dos sentimentos
E talvez por isso...
o mais complexo!
Tudo que dele parte...
Parece mesmo sem nexo!
Oferece-nos a faca e o queijo
E nos toma o apetite!
Além disso...
Nos torna feliz e triste
Não se desculpa
e nem deixa desculpar!
Brinca com nossas vidas
Nos domina de lá do seu altar!
“Faz doer e depois sossega”!
Será?
Acho mesmo é que nos cega!
Ele é onipotente
Caminha de braços dados com o bem...
Entre abraços com o mal!
Mistura-se com o bem querer
Para nos confundir afinal!
Está em tudo em nossas vidas
Esta em todo lugar
No tesão pelo trabalho
Na fome para a comida!
Está em tudo que pensar!
Esta na mãe, no pai,
no amigo e no irmão!
Nas frestas entre os dedos
Da minha e da sua mão!
Está pairando no ar!
Realmente complexo...
ao mesmo tempo elementar!!!
Está próximo do ódio
No sentimentozinho barato...
No vencer sem subir ao pódio!
Está mesmo ai para nos entreter!
Para quebrar o marasmo que seria viver!
Amar para ser tudo...
E nada ter!
Ou quem sabe...
Para ter tudo,
E nada ser!
Amor que vou guarnecer!
Conceito que desisto de entender
Ao passo que vou seguindo
Com ele a conviver!

sábado, 15 de março de 2008

O bem e o mal

Danilo Caymmi

Eu guardo em mim

Dois corações

Um que é do mar

Um das paixões

Um canto doce

Um cheiro de temporal

Eu guardo em mim

Um deus, um louco, um santo

Um bem e um mal

Eu guardo em mim

Tantas canções de tanto mar

tantas manhãs

Encanto doce

O cheiro de um vendaval

Eu guardo em mim

O Deus, o louco, o santo

O bem e o mal!

terça-feira, 4 de março de 2008

Alguém tem que ceder




Cansei...

Não de você

ou do seu amor !
Não do que você é
Nem do que eu sou!

Cansei das coisas que não me fazem bem!

Notei, ainda bem!...
Que a reciprocidade do amar
Não é só ser amado
Mas amar-se também!

Percebi que não há amor sem dor!
A doação plena
Anula o que há de mais importante no amor...

Os amantes!

Por isso, cansei de me anular
E isso não é egoísmo...
É cuidado com o meu par!

Alguém tem que ceder
Mas dessa vez,
não vou fazer isso!
Quero ver você crescer
Acata para ti este compromisso!

Olha-te no espelho
Além do que podes ver
Não há só pontos positivos
Mas também a desenvolver

Entenda,
que não peço nada pra mim!
Alerto apenas
Para o começo do fim!

Não é isso que eu quero!
Acredito...
Não ser o que queremos!
Faça o que quiser
Só não desfaça este momento!

Tente ao menos uma vez...
ser mais forte do que eu!
Para quando eu precisar de colo
Que então, eu busque o teu!

E que somente ele
Seja o esteio para acalentar
Os anseios, não só do teu
Mas também do meu amar!

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Voe

Voe...

Voemos todos!

Voemos cada vez mais

e mais alto!

Além de nossas possibilidades!

Também não sou adepto das motivações de senso comum...

Mas de vez enquando...

precisamos delas!!!

Por isso...

Voe você também!

Com as asas que tiver...

do jeito que você puder!

Mas voe!!

E sinta como é leve o ar!

E sinta como é doce o mar!

Só nunca deixe de voar!

Voe...

para não esquecer a passagem do tempo

para não guarnecer tanto lamento

para saber o quanto é bom voar!

Experimente a liberdade dos pássaros

entenda porque

não devemos os encarcerar!

Não tenha medo!

Abrigar-se nas alturas

às vezes é estar protegido!

fazer alvoroço

é também produzir ruído

viver...

é também voar!!!


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Confesso que...

Hoje não fui um bom menino...
e Deus sabe porque!
Sabe dos meus motivos
e da culpa que eu não quero ter!
Sabe que esta, também,
não é uma justificativa!
Aliás, sabe muito mais do que eu posso explicar...
conhece minhas prerrogativas!
Só não sabe dizer,
porque a inércia de alguns sentimentos...
me levam a parar!
No momento em que, talvez,
eu os devesse obedecer,
abstendo-me do pensar!
Não sou uma pessoa má!
Apenas não vejo dificuldade em dizer...
NÃO!
Mesmo que na hora errada...
e que isso pareça algo “sem noção”!
Ainda hei de apanhar muito
Pela facilidade em não dizer...
SIM!
Cometo a falta,
não por aquilo que nego!
Mas a “quem” eu nego o SIM!
A maior vítima de tudo que nego
Não entende por que o faço
É tão segura de si
Que nem lhe sobra o embaraço!

Mas ela é a causa da minha conseqüência!

E nem por isso deixará de ser parte
das pessoas mais importantes da minha vida
Só que às vezes é difícil perceber a arte
que é o incomodo de tocar nesta ferida!
Uma sutileza!
A vítima...
é minha sócia no amor incondicional!
Talvez por isso...
pela distância que nos separa como um abismo
escrevo este relato tão passional!
Poderia ir fundo
Mas não há de se questionar
Amor incondicional
Não dá margens para pensar!
Nesta situação
Sei que sou mais forte
Ceder não é tão difícil...
requer um pouco de sorte
nada que o tempo não resolva,
espero que eu esteja com sorte!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Blanco

Me vejo no que vejo
Como entrar por meus olhos
Em um olho mais límpido
Me olha o que eu olho
É minha criação
Isto que vejo
Perceber é conceber
Águas de pensamentos
Sou a criatura
Do que vejo

Octávio Paz

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Pra você que quer saber...

Aos poucos...
tudo começa a fazer sentido!

A revelação acontece lenta e vagarosamente
E num minuto displicente
Deixo passar “você”!

Se ao menos soubesse quem sou
Arriscaria dizer para onde vou
e até mesmo quem passou por mim!

Mais importante do que, “quem aqui passou”
É o registro do que ficou
não a diferença entre o “não e o sim”!

Pouco importa de onde vieste
Ou que tipo de máscaras veste
Se te despes diante de mim!

Quem é você?
Do que me adianta saber...
Se amanhã podes revelar outrem!

Assim como para saber quem sou
Não há receita do que me criou
Não há de dizer, também a que vens!

Não quero teu nome
nem endereço
Não quero tua carne,
nem o teu preço
se de nada me vale o que tens!

Não quero saber...
apenas o que me intriga!
Quero saber
também na minha vida
Que papel tua vinda tens!

Entende agora “quem é você”?

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Escrever

A pouco, não sabia o que escrever
Sabia apenas da necessidade de fazê-lo!
Fiz minhas, as palavras de outro poeta...
como se poeta eu também fosse!
Um poema belo!
Ainda assim, o desejo não passou!
Não pude burlá-lo!
Me dei conta de que,
o desejo...
não era de escrever...
e sim de verter o que a alma
não queria mais conter!
Oh, desejo infame!!
Aparentemente vil
e subitamente mal...
mal súbito...
que nasce tolo,
sem importância...
e morre sublime
Forte a ponto de carregá-lo em teus braços
os braços do desejo...
no momento em que as sutilezas da vida
o tornam frágil...
e sublimam tuas fraquezas
no conforto de um papel!!

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos
colhidos no mais íntimo de mim...
Suas palavras seriam as mais simples do mundo,
porém não sei que luz as iluminaria
que terias de fechar teus olhos para as ouvir...
Sim! Uma luz que viria de dentro delas,
como essa que acende inesperadas cores nas lanternas chinesas de papel!
Trago-te palavras, apenas...
e que estão escritas do lado de fora do papel...
Não sei, eu nunca soube o que dizer-te
e este poema vai morrendo,
ardente e puro,
ao vento da Poesia...
como uma pobre lanterna que incendiou!

Mario Quintana