terça-feira, 27 de maio de 2008

Perceber

Tal qual a mágica que não ensejo
me perco no reflexo do que vejo
percebendo no outro...
o que estas linhas não poderão contar!
Vejo nos olhos o frescor
das cores, as coisas e o desejo
que um belo sorriso contido
não tarda revelar!
Careces não de ti,
mas de quem cuide de teus “ais”!
Desperta-me a vontade
de tomar-te ao colo
e tua alma acalentar!
Seja leve meu anjo!
Permita-se conhecer
e a tua alma antever
o que apenas os olhos...
não irão lhe mostrar!!!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Mistério do Planeta

Vou mostrando como sou
e vou sendo como posso!

Jogando meu corpo no mundo,
andando por todos os cantos,
e pela lei natural dos encontros...

eu deixo e recebo um tanto
e passo aos olhos nus,
ou vestidos de luneta!
Passado, presente, particípio
sendo o mistério do planeta!

O tríplice mistério do stop
que eu passo por e sendo ele,
no que fica em cada um

No que sigo o meu caminho,
e no ar que fez, que assistiu
Abra um parênteses...
Não esqueça!

Que independente disso
eu não passo de um malandro!
De um moleque do Brasil!
Que peço e dou esmolas,
mas ando e penso sempre com mais de um
Por isso ninguém vê minha sacola!

Moraes e Galvão

Minha casa

Em minha casa eu recebo
aqueles que fazem parte dos meus...
Meus amigos,
meus laços!
Até quem não conheço
e por fim, à minha vida acato!
Minha casa é pequena!
Mas grande o suficiente
para ter-me dentro dela!
Tem portas e janelas...
como quase toda casa tem!
Por onde muitos entram...e saem
Num discreto e contínuo vai e vem!
Tem um jardim
onde posso sentar
contemplar um pouco do meu universo particular!
Sentir de onde o vento e suas coisas vêm,
e minhas idéias organizar!
Tem paredes
que não me prendem!
Ao contrário...
Fazem é me abrigar!
Minha casa é mais do que uma casa
Ela é meu porto seguro
Onde faço minha morada, o meu lar!
Por isso esteja à vontade
Não hesite em entrar
Só peço...
não a deixe em desordem
pois sozinho, não a consigo arrumar!

terça-feira, 20 de maio de 2008

O inacabado que há em mim

Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.O que sai de mim cada vez que amo? O que em mim acontece quando me deparo com a dor que não é minha, mas que pela força do olhar que me fita vem morar em mim? Eu me transformo em outros? Eu vivo para saber. O que do outro recebo leva tempo para ser decifrado. O que sei é que a vida me afeta com seu poder de vivência. Empurra-me para reações inusitadas, tão cheias de sentidos ocultos. Cultivo em mim o acúmulo de muitos mundos. Por vezes o cansaço me faz querer parar. Sensação de que já vivi mais do que meu coração suporta. Os encontros são muitos; as pessoas também. As chegadas e partidas se misturam e confundem o coração. É nesta hora em que me pego alimentando sonhos de cotidianos estreitos, previsíveis. Mas quando me enxergo na perspectiva de selar o passaporte e cancelar as saídas, eis que me aproximo de uma tristeza infértil. Melhor mesmo é continuar na esperança de confluências futuras. Viver para sorver os novos rios que virão. Eu sou inacabado. Preciso continuar. Se a mim for concedido o direito de pausas repositórias, então já anuncio que eu continuo na vida. A trama de minha criatividade depende deste contraste, deste inacabado que há em mim. Um dia sou multidão; no outro sou solidão. Não quero ser multidão todo dia. Num dia experimento o frescor da amizade; no outro a febre que me faz querer ser só. Eu sou assim. Sem culpas.
Este texto é de autoria do Pe. Fábio de Melo. Resolvi postá-lo aqui porque, além de tê-lo achado muito bonito, chegou as minhas mãos de uma maneira, no mínimo, muito curiosa.

domingo, 18 de maio de 2008

Ledo engano

Quando achamos que já vimos de tudo um pouco nesta vida,
descobrimos que sempre haverá mais a nos ser apresentado!
Coisas que nem sempre tem uma ligação íntima com nos mesmos,
mas que nos assustam
e criam a cretina sensação
de que temos o direito de dar algum juízo de valor!
Que direito tenho eu de pensar assim?
As pessoas são o que elas são!
A nós cabe apenas respeitá-las
...e porque não amá-las!
Sei bem o que me move até aqui
para desaguar em palavras o reflexo do que vejo!
Talvez o meu reflexo!
É no mínimo estranho...
mas é porque não nos preparamos para a vida do outro!
No fundo enxergamos mesmo só o fundo do próprio umbigo
e de lá só saímos quando uma forte pancada
nos atinge a cabeça numa noite qualquer!
Sábio o poeta que disse...
”Não há o que perdoar, por isso mesmo e que há de haver mais compaixão!”
Talvez soubesse de fato sobre o que estava falando!
Ou não!
Frente a tantas surpresas com que nos deparamos
ao longo de nossas vidas corridas
cheias e vazias de tudo, sobre o que não sabemos discernir!
Mas isso não importa!
Vale é lembrar que podemos ser mais atenciosos...
e menos egoístas!
E quando pensarmos no outro,
que não seja apenas para julgar
e sim para ouvir!
Para que percebamos que,
além de toda a estupidez que nos cerca
há muito mais do que se possa imaginar!
Então... “não dou amor, mas também não prego”
Como poderia me esquecer?
As opções não são necessariamente pecados!
Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou!

Pense

Vinde a mim
Você que não sabe o que quer
E assim como eu busca sem cansar
As vontades do teu ser
A razão de o teu caminhar
Vinde a mim
E descubra que só se perde
Aquele que diz saber quem és
Que só se encontra
Quem se perde na própria essência
E que disperso nele mesmo
Descobre outro alguém ao invés
Toma-me ao teu reflexo
E acorda para o sonho que é viver
Onde as fábulas acontecem
Escancaradas a você
E delas nem nos damos conta
Deixamo-las passar...
Buscando-as em outro lugar
Longe de onde acreditamos
que as possamos encontrar!
“sonhos... são idéias que não colocamos em prática!”
Portanto, não invente
Não crie mais táticas
Faça-os acontecer
Pratique o que você quer ser
Faça de teus sonhos...
Idéias a se converter!
Não idealize mais
Viva pra valer!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Problemas

Como tudo muda ao longo dos dias!
Num dia sou problema
no outro solução!
Uma hora dilema
noutra o cerne da questão!
Circulo entre os percalços da vida!
Amo, penso
Cuido da ferida
E nada disso é em vão!
Surjo de um lado como expectador
Do outro... interlocutor
e assim as histórias se repetem!
Não sou a solução para ninguém!
Estou aprendendo não doar
O que não se tem!
E descobrindo algo muito maior
Em viver o que se é!

domingo, 11 de maio de 2008

Momento

Influencia-me tu
Que a nada se propõe
E nada me pede... a não ser
que eu não deixe de existir!
Mesmo que disto não saiba
e não entenda porque
fica feliz ao me ver
e tua alma põe-se a sorrir!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Ser feliz

Não me creiam longe de vocês em momento tão solene!
A ciência do Amor, da qual sou fervoroso e aplicado discípulo,
ensina-nos a estar sempre próximos de quem trazemos no coração!
E o meu lhes pertence por inteiro.
Vocês têm tudo para serem muito, muito, muito felizes!
Não importa se a vida pode conceder-lhes outras tantas oportunidades!
A melhor, a maior, a mais significativa é esta de agora!
Não a percam!
Se levada a bom termo,
ela poderá distender-se pela eternidade
e lhes abrirá as portas da sublimação,
elevando-os aos páramos mais sublimes da imortalidade,
onde junto de Deus, desfrutarão de toda a beleza e grandeza
que só o Amor pode edificar!
Sejam felizes e lembrem-se que...
Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado,
mas não se esqueça que a sua vida é a maior empresa do mundo!
Só você pode evitar que ela vá à falência!
Há pessoas que precisam, admiram e torcem por você!
Ser feliz não é ter um céu sem tempestades,
caminhos sem acidentes,
trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem decepções!
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso,
mas refletir sobre a tristeza!
Não é apenas comemorar o sucesso,
mas aprender lições nos fracassos!
Não é apenas ter júbilo nos aplausos,
mas encontrar alegria no anonimato!
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida,
apesar de todos os desafios, incompreensões...
e períodos de crise!
Ser feliz não é uma fatalidade do destino,
mas uma conquista de quem sabe viajar dentro do próprio ser!
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e se tornar autor da própria história!
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito de sua alma!
É agradecer cada manhã pelo milagre da vida!
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos!
É saber falar de si mesmo!
É ter coragem para ouvir um “não”!
É ter segurança para receber uma crítica...
mesmo que injusta!
É beijar os filhos,
curtir os pais e ter momentos poéticos com os amigos...
mesmo que eles nos magoem!
Ser feliz é deixar viver a criança livre,
alegre e simples que mora dentro de cada um de nós!
É ter maturidade para falar: “eu errei”
É ter ousadia para dizer: “me perdoe”
É ter sensibilidade para expressar: “eu preciso de você”
É ter capacidade para dizer: “eu te amo”!
Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece de novo!
Pois assim, você será cada vez mais apaixonado pela vida!
E descobrirá que...
Ser feliz não é ter uma vida perfeita
Mas, usar as lágrimas para regar a tolerância;
Usar as perdas para refinar a paciência;
Usar as falhas para esculpir a serenidade;
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência!
Jamais desista de si mesmo!
Jamais desista das pessoas que você ama!
Jamais desista de ser feliz!

O texto acima foi escrito, não sei dizer se na íntegra, pelo meu tio Roberto, a quem carinhosamente chamávamos de Tio Tim. Em minha opinião, tratava-se da pessoa mais iluminada que já conheci! Era um Kardecista, que realmente vivia tal doutrina e tinha uma visão singular sobre o que era a vida! Ele escreveu este texto como forma de cumprimento pela minha boda, uma vez que não poderia estar lá! Sabia que ele não tinha muito tempo e que talvez muitos outros precisassem dele naquele momento! Sempre gostei deste texto, mas parece que agora entendo um pouco mais sobre o que ele queria dizer! Entendo também que ele falava consigo mesmo enquanto escrevia! E falava de muito mais do que poderia saber!

sábado, 3 de maio de 2008

Eu menino

Vejo ainda como se fosse hoje
Aquele menino
Que ergueu os olhos ao céu
E nele encontrou a vontade de ser leve!

De voar como os pássaros
Ao bel prazer se entregar
e viver tudo o que é breve!

Ele encontrou nas alturas
Abrigo e proteção
O privilégio à visão
E tudo mais que se deve!

Achou em meio às nuvens
tão vivas e brilhantes
tal qual, o sol que as reluzia...
o sopro divino
A beleza de somente “ser”!
A liberdade sem destino!

Soube existir!
E fazer isto ter um por que!
Fez sentir na pele
A energia do sol
das nuvens a água
O oxigênio do ar a sorver!

A vontade de ser leve
De não suportar...
Não carregar peso
Fluir como ar!

Alcançar desejo
Permitir-se errar
Não esquecer quem ele era
Dizer que por ali não irá
Cansar de felicidade
E então descansar!

Sei que dentro de mim...
esta criança ainda vive!
Segura a minha mão
e não a deixa soltar!

Comigo assiste solene
tudo o que me faz crescer!
Mesmo que faça doer,
e não possa participar!

Descobri que sem ela não se vive
e aqui sempre haverá de estar!
Por isso a levo comigo
para que sempre me faça lembrar!

Do menino que se encantou pelo céu
De quem me fiz criatura
De onde herdei a ternura
Que para trás não pode ficar!